24 de nov. de 2007

em estado de graça...

Que alegria estar em Piracicaba, abrindo oII fentepira com meus companheiros. Viagem de madrugada, noite curta de sono, apresentação num dia lindo de sol, público instigante - com direito a aparições sui generis de transeuntes bebados (um deles muito louco) - tudo tão vivo e intenso.
No começo da apresentação eu estava tão nervosa que tive um daqueles brancos-autísticos - não lembrava aonde estava, mal lembrava o texto e mal conseguia coordenar a fala. daí respirei fundo e pensei: poxa, isso é uma chance única de viver algo bom. e eu quero isso. quero sentir prazer. pensei: QUERO SENTIR PRAZER AGORA! e meus olhos se abriram pro público e pros meus companheiros de cena e eu lembrei daonde estava e de tudo mais. e curti muuuuuuito. muito mesmo. Gostei de ter resgatado a mim mesma num momento de consciência. posso dizer que me trato muito melhor e cuido muito melhor de mim do que antes já foi um dia.
Claro que tenho críticas, claro que quero melhorar coisas, mas o importante é que VIVI O MOMENTO.
depois, almoço.
depois viagem e figada cascão de presente pra meus pais.
depois aula.
eu FELIZ e cansadinha.
registro pra não esquecer esse ESTADO DE GRAÇA E FELICIDADE.

16 de nov. de 2007

Cinema

Fui assistir "Via Láctea" da L. Chamie. Pra quem curte poesia, música. Filme de ação interna. Pra quem curte a palavra.
A poética da vida intensificada pela morte. Ela fez uma interface delicada da beleza das palavras com a beleza das imagens.
Não fui assistir tropa de elite. sou ranzinza. filme que faz muito sucesso eu fico desconfiada. Talvez só pegue em dvd. Não sei. Talvez deixe a rabujice de lado e veja. não sei.
Fazia tempo que não ia ao cinema.
Antes do "Via Lactea" tinha visto um outro que nem lembro o nome que era um monte de curtas feitos por estrangeiros sobre São Paulo. (Aliás, adoro ver a cidade em tela grande. tudo que tem de São Paulo no cinema, gosto de ver). Que truque aquilo. Medíocre. Pagação de pau pros caras de fora que não captam nem um milionésimo do que é São Paulo. Uns curtas xoxos, cada argumentação tosca, feita em guardanapo (e mal-feita) de bar de hotel chique que só vai turista. Preferia que tivessem dado a câmera pra quem nunca fez cinema mas que sente na pele a poética dura de São Paulo. Ia ser mais interessante.
Aliás, falando em cinema, eu tô tão rabugenta, mas tão rabugenta, que não vou mais em cinema de shopping. muita pipoca e gente arrotando coca-cola. Quem sabe um dia eu fique mais rabugenta no cinema do que o antunes filho - que um dia sentou duas fileiras atrás de mim no espaço unibanco e suspirava cada vez que eu fazia rãrã nos trailers (por que eu tava com faringite). Eu tava munida de balinhas pra não tossir na hora do filme, mas uma tosse um pouco mais forte saiu na hora da propaganda do unibanco aig e o antunes fez "tssss" e mudou de lugar, pro outro lado do cinema. ai, antunes, eu nem tossi durante o filme, viu?

1 de nov. de 2007

Que loucura ter me transformado numa caricatura de mim mesma. Peguei todas minhas vontades, todos meus desejos, tudo que me caracterizava e reforcei os traços até virar uma garatuja incompreensível. Fui desenhando linha sobre linha tentando deixar o desenho mais evidente e o que se formava, então, grotescamente se retorceu, entortou, desfocou.No anseio de melhorar o quadro, o que antes indicava uma figura virou um borrão de cor gritada. Eu disse indicava - por isso o anseio de "melhorar" o desenho... Incapacidade de esperar o que é indicado se realizar da forma que queira. O que é sugerido se revela quando há que se revelar.Mas fui rabiscando no anseio de finalizar o que não era pra ser finalizado. Agora ficou sendo o que não é. Queria uma folha em branco AGORA!