25 de dez. de 2007

Lembrete pra grudar na geladeira

medo faz tudo parecer maior do que de fato é.
Tenho mais força do que me dou conta de ter.

23 de dez. de 2007

Vamu acunversá

Os pôbrema é de intrepetação e escreveção das palavra nos papér. Pôbrema de intrepetação e escreveção das vida. Os nemorônimo tomaro muita coca-cola e num fununciona dereito, os nemorônimo tá funhanhado - os pensamento e as ação tá tudo funhanhado. Os coração no peito se escondeu com medo dos baruio e ficô enconfundido. Os medo trapáia tudo. Os pôbrema tem que se arresolvê porque as unica coisa firme é as vontade. E as vontade qué fala arrto a valê. As vontade tá tudo se revirano qui dentro querenu sarrtá pra fora pra modiapessoa vivê de fato.

17 de dez. de 2007

tranquili... o quê?

que tipo de saudade é essa - saudade sem pé nem cabeça? saudade de ter saudade que faz parecer ser saudade o que não é. procura que não cessa sem saber pelo que. cansaço.
caminhada pesada. o transporte público me leva. em trânsito de um lugar ao outro, esqueço que estou parada em lugar nenhum.
o lugar onde estou é lugar nenhum.
anodinia - quero forças pra chorar, que seja. se lágrimas vierem, que venham e lavem tudo e levem consigo o que tem que ser levado. e que eu vá pra lugar algum....
pela janela os galhos e as flores me convidam pra estar entre eles. Deus, preciso de dias de silêncio no mato.

16 de dez. de 2007

Meu olhar

Sobre importâncias

Uma rã se achava importante
Porque o rio passava nas suas margens.
O rio não teria grande importância para a rã
Porque era o rio que estava ao pé dela.
Pois Pois.
Em Roma, o que mais me chamou atenção foi um prédio que ficava em frente das pombas.
O prédio era estilo Bizantino do século IX. Colosso!
Mas eu achei as pombas mais importantes do que o prédio.
Agora, hoje, eu vi um sabiá pousado na Cordilheira do Andes.
Achei o sabiá mais importante do que a Cordilheira dos Andes.
O pessoal falou: seu olhar é distorcido.
Eu, por certo, não saberei medir a importância das coisas: alguém sabe?
Eu só queria construir nadeiras para botar nas minhas palavras.
Manoel de Barros


Então tá...

15 de dez. de 2007

que tipo de saudade é essa que aparece depois de parcas horas de distância? saudade sentida na barriga. procura que não cessa por nem um instante - cheiro, voz, pele, olhar que espero encontrar magicamente no meio de um trajeto ordinário... que vida é essa vislumbrada na sua presença? pedaço de mim que vai com você...

14 de dez. de 2007

rubra cascata

Quiescência invadida pelo fluxo que a levou à erupção.
O ventre pulsou por oito dias inteiros. Por oito dias, com fúria, dando sinais de que as chamas queriam que todo corpo entrasse em brasa. O ventre rio revolto que levava as beiradas das vizinhanças. Ventre terra puxando os desejos pro chão. Ventre furacão fazendo o peito bússola rodopiar.
Depois de oito dias, o que ficou foi paisagem estranha.
Tempo de reconhecimento.
Caminhos há muitos, só não se sabe se o destino é uma fonte, um precipício ou se é só um retorno pelo qual se fica dando voltas num mesmo lugar.

12 de dez. de 2007

Surpreendentemente tranquila - ainda dando voltas em mim mesma, ainda enxergando que enxergo pela metade.
Mas sabe... acho que tô aceitando a pessoa que vejo no espelho quando escovo os dentes. Afinal, sou constante e inseparável companhia pra mim mesma.
Olho pra mim mesma, me pego pela mão pra caminhar um pouco mais longe - daí também me deixo puxar pela mão pra ir um pouco mais longe.
Então, tá bom. Partes em concílio. No peito, a bússola.

8 de dez. de 2007

sozinha

Solidão como um estado essencial.
É na solidão que tomo decisões, que nasço e morro um pouco todo dia. Por mais que haja alguém... no final, de tudo que recebo e ofereço, o que fica se dimensiona em mim no espaço da minha solidão.
Em última instância, enfrento desafios na solidão. Desafios duros às vezes.
Uns falam em solitude - fui procurar no dicionário e falava que solitude é a solidão dita de maneira poética. Talvez eu deva enchê-la de poesia.
Permeabilidade seletiva - é biologia e é um monte de coisa mais... é o mecanismo de construção da memória. Memória é uma das coisas com que se esbarra na solidão.
Sinto que os enfrentamentos mais intensos da vida desembocam em momentos de decisão solitária, no fundo.
Gosto de pensar que outra coisa com que se esbarra na solidão é a sabedoria. Nem sempre esse encontro se dá da maneira mais divertida, digamos assim, mas sabedoria é um dom escondido às vezes na vida corriqueira.
Talvez eu viva agora um momento de solidão tão aguda que por um instante esqueça o que é estar acompanhada.
mas não quero que haja pesar.