13 de jan. de 2008

ESCREVER

do veríssimo (o luís), sobre a geração dos escritores que substituíram a máquina de escrever pelo computador:
"... não existem mais originais. Os velhos manuscritos corrigidos, com as impressões digitais, por assim dizer, do escritor, hoje são coisas do passado: com o computador só existe versão final. O processo de criação foi engolido, não sobram vestígios. Só se vê a sala do parto depois que enxugaram o sangue e guardaram os ferros."
Acho que o entendo.
Tenho alguns"originais" meus (ouçam-me rindo agora de minha própria pretensão).
O caso é que hoje me peguei folheando antigos cadernos e li vários esboços meus. Muitos rabiscos, palavras de primeira escolha substituídas depois, lógicas tortas que leio e não entendo ou nem concordo mais, ingenuidades adolescentes. Mas é divertido revisitar-se. Muitas vezes lembro do momento do impulso da escrita, do momento que chegou a palavra certa, do momento em que fiquei satisfeita em ler a versão final do que escrevia.
Várias espécies de esboços: histórias, cenas, poemas, uma música, cartas e desabafos.
É verdade que várias vezes não guardo rascunhos - documentos word e blogs fazem isso com a gente. Mas conservo o prazer de me debruçar sobre uma folha de papel empunhando uma caneta - daí a ânsia física de gerar um bom escrito.
Bom quer dizer: que se assemelhe com a intensidade do que quero dizer. Porque às vezes as palavras não são fiéis à vontade. Mas quando são, é bom.
Amo escrever.

9 de jan. de 2008

Tudo que não invento é falso

Nadei com os peixes do rio, dei cambalhotas no terreiro, comi manga do pé, beijei ontem meu amor.
É, Manoel...
também tenho saudade do que não fui.