do veríssimo (o luís), sobre a geração dos escritores que substituíram a máquina de escrever pelo computador:
"... não existem mais originais. Os velhos manuscritos corrigidos, com as impressões digitais, por assim dizer, do escritor, hoje são coisas do passado: com o computador só existe versão final. O processo de criação foi engolido, não sobram vestígios. Só se vê a sala do parto depois que enxugaram o sangue e guardaram os ferros."
Acho que o entendo.
Tenho alguns"originais" meus (ouçam-me rindo agora de minha própria pretensão).
O caso é que hoje me peguei folheando antigos cadernos e li vários esboços meus. Muitos rabiscos, palavras de primeira escolha substituídas depois, lógicas tortas que leio e não entendo ou nem concordo mais, ingenuidades adolescentes. Mas é divertido revisitar-se. Muitas vezes lembro do momento do impulso da escrita, do momento que chegou a palavra certa, do momento em que fiquei satisfeita em ler a versão final do que escrevia.
Várias espécies de esboços: histórias, cenas, poemas, uma música, cartas e desabafos.
É verdade que várias vezes não guardo rascunhos - documentos word e blogs fazem isso com a gente. Mas conservo o prazer de me debruçar sobre uma folha de papel empunhando uma caneta - daí a ânsia física de gerar um bom escrito.
Bom quer dizer: que se assemelhe com a intensidade do que quero dizer. Porque às vezes as palavras não são fiéis à vontade. Mas quando são, é bom.
Amo escrever.
13 de jan. de 2008
9 de jan. de 2008
Tudo que não invento é falso
Nadei com os peixes do rio, dei cambalhotas no terreiro, comi manga do pé, beijei ontem meu amor.
É, Manoel...
também tenho saudade do que não fui.
É, Manoel...
também tenho saudade do que não fui.
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