20 de abr. de 2008

Inventava gente pra lhe fazer companhia. Levava uma vida platônica, olhava as coisas à distância. Um constante estado de espera.
Até que um dia, no meio do vazio inventado por ela, sentiu uma dor que só pode ser cantada em espanhol. A dor do desejo distante. Todo seu corpo queria chegar bem perto e sentir.
Inesperadamente caiu e no meio da sua queda se viu no meio de uma floresta condenada a morte, onde o sol se esquecia de iluminar. Tudo que tocava se esfacelava. A dor de ver próximo o fim.
Quis inventar tudo de novo mas os olhos de dentro deixaram de ver quando os olhos de fora ficaram vidrados na morte. Nem lá nem cá - sem refúgio.
EN LOS OJOS
EN EL PECHO
DOLOR

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