30 de abr. de 2007

vinho, vinho, vinho, vinho.
embriaguez suave.
pés suave flutuando, pairam sobre o chão. decantação de pensamentos sombrios, evaporação da alma que sai pra passear pela janela.
ar fresco refresca memória. recortes da realidade envolvidos pelo aroma amadeirado, perspectiva do olhar redimensionada pela cor tinta.
relaxamento. compreensão sem ter entendido nada.

18 de abr. de 2007

Vazio tão grande de você não ser quem eu sonhava que fosse.
Vazio por não ter mais nada por alcançar, por falta de vontade de me lançar.
Eu vislumbrava. Antes deixasse de descobrir que não vislumbrava nada além de imagens criadas na minha cabeça, somente.
O meu olhar abarca o que não consigo presentificar. Olhar desencontrado do presente – olhar não atento a realidade, de fato. Recortes de passado idealizado... Imagem de futuro inverossímel?
Necessidade de fincar os pés no chão. Ilusão quebrada.
Destruição da vontade imaginosa que incitava o passo. Busca de vontade outra, esta mais atenta a realidade.
Sua presença se desmancha em mim. Você não está aqui dentro mais. Que nem um fio d’água desaparecendo você. Deserto incômodo em mim. Andarilha a procura mais uma vez. Difícil andar de novo a procura, de novo... a procura de que, afinal?
Procurei te criar a partir de mim mesma – me perco em ruídos. Tão freqüente isso...
Cansei de ruídos, eles não passam pelo meu coração. A nitidez de um som distante dói, mas pelo menos passa pelo coração.
Eu ainda vou...? Pra onde?