28 de dez. de 2008

ABRIR OS OLHOS

Foi num dia, numa tarde. Eu me virei e peguei os óculos do desconhecido ao meu lado. Eu só estava brincando. Resolvi vesti-los. Foi uma resolução não-planejada. Um gesto tão diminuto, eu não esperava...
Abrir os olhos é um ato.
Sem querer, subi a cabeça acima do nível da água e avistei de novo a terra e o céu. E respirei. E o caminho se abriu. Eu não sabia o que viria a seguir...

Foi num dia, numa tarde. Eu andava pela rua e deixei que meus olhos encontrassem os dele. Eu permiti o encontro. Depois, fechei os olhos e deixei que ele me levasse. E pelo caminho éramos os dois no rastro do meu cio.

Você me perguntou pra onde eu olho e chamou pelos meus olhos. Você perguntou: "você está olhando pra onde?" Eu respondi: "Pra lugar nenhum." Eu estava olhando pros novos lugares que reencontro dentro de mim. Eu precisava daquele instante pra reconhecê-los. Mas depois eu voltei a olhar pra você. E lembrei que seus olhos eram de mar.

Abrir os olhos é uma escolha. Abrir os olhos é uma necessidade.

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